As cidades de Santos e São Vicente, localizadas na Baixada Santista, a cerca de 70 quilômetros da capital do Estado de São Paulo, já foram, no passado remoto, áreas alagadas. Atualmente, elas ainda enfrentam questões relacionadas a eventos de caráter hidrológico, como inundações e alagamentos. Nesse cenário, estudos na área de riscos e vulnerabilidades socioambientais indicam que as populações mais vulneráveis socialmente são, via de regra, o público que mais sofre com tais eventos danosos e, muitas vezes, ocupam as áreas mais suscetíveis. Nesse viés, à luz do embasamento teórico-metodológico referente ao conceito de vulnerabilidade social, associado ao conceito de suscetibilidade, buscou-se observar se tal fato ocorre nas cidades litorâneas supracitadas. Para isso, foram utilizados o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social a nível de setor censitário, além de dados de suscetibilidade a alagamentos disponibilizados pelas prefeituras locais, a fim de gerar produtos que auxiliassem a análise. O indicador de prevalência também foi utilizado para normalizar parte dos dados. Os resultados, por fim, demonstram que existem áreas com alto grau de vulnerabilidade social sobrepostas a áreas suscetíveis a alagamentos e inundações. No mais, a população residente em setores de maior vulnerabilidade social apresenta uma prevalência de população suscetível a alagamentos e inundações bastante superior do que setores menos vulneráveis.