As Unidades de Conservação (UC), em especial, as Áreas de Proteção Ambiental (APA), são sistemas físicos naturais e transformados/artificializados importantes de serem investigados, uma vez que permitem aos geógrafos realizar diálogos entre sociedade e natureza de maneira complexa. Entretanto, a complexidade desses espaços é frequentemente pouco valorizada nas iniciativas de manejo, gerando impactos negativos na efetividade da gestão. Nesse contexto, objetivou-se entender como tem ocorrido a gestão da APA de Cairuçu, em Paraty, no estado do Rio de Janeiro (RJ), através das mudanças em sua efetividade de gestão. Apoiando-se na perspectiva complexa de geossistema e em “relatórios sintéticos” do Sistema de Análise e Monitoramento de Gestão (SAMGe) e no Plano de Manejo da APA, realiza-se uma análise temporal de sua efetividade entre os anos de 2018 e 2023. Como resultado, averiguou-se que houve, ao longo dos anos, uma grande evolução na abordagem de gestão da APA, que passou a integrar aspectos sociais a partir de 2021. Apesar de se manter em uma posição de efetividade de gestão moderada ao longo dos anos, foram observadas, de acordo com seus indicadores, mudanças em seu plano de manejo, objetivos e zoneamento, que propiciaram resultados positivos em seus relatórios sintéticos. Dessa forma, indica-se que a APA deve ser gerida de maneira que sociedade e natureza sejam igualmente consideradas para que haja um manejo eficaz.