O trabalho apresenta a distribuição espacial das ocorrências de desastres naturais hidrológicos e geológicos no período de 2010 a 2023, em Belo Horizonte – MG. Os dados foram adquiridos junto à Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil (SPDC) da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). De acordo com a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE), foram analisados os desastres hidrológicos e geológicos. Foram identificados alagamentos, inundações, abatimento do solo, deslizamentos de encosta, erosão do solo e terrenos instáveis. Os dados foram organizados em planilha do Excel. Após um processo de verificação de consistência, realizado com o software estatístico Stata, em conjunto com RStudio, foi possível georreferenciar por bairro 96,18% das ocorrências de desastres geológicos e 96,71% dos hidrológicos. Mapas temáticos foram produzidos no software ArcGIS, com dados agregados por bairros do município. Os desastres hidrológicos contabilizaram 11.182 registros e os geológicos 6.400. Os alagamentos corresponderam a 55,2% das ocorrências, e os deslizamentos de encostas, a 29,1%, totalizando 84,3% das vistorias realizadas pela SPDC-PBH. A distribuição espacial dos alagamentos é mais difusa, mas as inundações ocorrem preferencialmente na sub-bacia hidrográfica do Onça, que, devido às suas características físicas, como áreas mais aplainadas e córregos e rios de drenagem dendrítico com formatos circulares, favorecem as inundações nas planícies de inundação. Já os desastres geológicos ocorrem em todas as regionais administrativas do município, dada a configuração do relevo em mar de morros do Complexo Belo Horizonte, como das vertentes íngremes do Domínio do Quadrilátero Ferrífero.