O presente estudo analisou a cobertura midiática do desastre ocorrido em Pernambuco, em maio de 2022, quando chuvas intensas resultaram em alagamentos, escorregamentos e óbitos, principalmente nas regiões Metropolitana do Recife e Zona da Mata. Com a morte de 130 pessoas, 14 municípios em estado de emergência e mais de 40 mil pessoas entre desalojadas e desabrigadas, o desastre expôs a vulnerabilidade da população residente em áreas de risco e a ineficácia de políticas públicas preventivas. A pesquisa, fundamentada em uma análise discursiva da cobertura da tragédia, buscou problematizar o papel da mídia em relação às ações de gestão de risco. Foram selecionadas 34 publicações, nas quais predominaram matérias com apelo emocional, focadas nas histórias de pessoas prejudicadas pelas chuvas. As publicações, de modo geral, mostraram a recorrência do termo 'desastre natural'; no entanto, evitaram a naturalização do desastre. O estudo considerou que a mídia, além de capacidade de informar, sensibilizar e cobrar responsabilidades, contribui para o fortalecimento das políticas de prevenção e a construção de comunidades mais resilientes diante de eventos climáticos extremos.