O conceito de Justiça Climática é um desdobramento da Justiça Ambiental, reconhecendo que os impactos das mudanças climáticas afetam diferentes grupos sociais de maneiras distintas. Exemplos de injustiça climática incluem desertificação e eventos climáticos extremos. Analisar as temperaturas em áreas com vulnerabilidade social é crucial para entender como fenômenos climáticos afetam desigualmente a população menos favorecida. Este trabalho visa coletar dados de temperatura em diferentes regiões do bairro de Ponta Negra, em Natal, correlacionando-os com a vulnerabilidade social. Essa abordagem permitirá uma análise mais profunda das desigualdades, contribuindo para estratégias que mitiguem os impactos climáticos. Na climatologia, é essencial realizar trabalhos de campo para obter dados, como temperatura do ar e umidade, utilizando equipamentos que garantam a qualidade das medições. O método do transecto móvel, que envolve medições em percursos a pé ou de veículo, é amplamente utilizado para verificar diferenças climáticas em áreas com distintas ocupações do solo. A metodologia deste estudo inclui a elaboração de um mapa de vulnerabilidade social em Ponta Negra, utilizando dados do censo e variáveis que refletem a condição socioeconômica das áreas. A coleta de dados de temperatura foi realizada em diferentes horários, utilizando um datalogger calibrado. Os resultados mostraram variações significativas nas temperaturas, evidenciando que a Vila de Ponta Negra apresentou temperaturas mais baixas devido à arborização. Em contraste, o Conjunto de Ponta Negra sofre com a verticalização, resultando em temperaturas mais elevadas. Essas variações refletem as desigualdades sociais e a necessidade de políticas públicas que abordem essas questões.