O presente trabalho tem como objetivo compreender a espacialização do racismo territorial na cidade do Rio de Janeiro, com foco específico na Área de Planejamento 5, destacando o bairro de Campo Grande. Para analisar a espacialidade do racismo territorial na cidade, o presente estudo buscou uma estratégia qualitativa-quantitativa, inicialmente através de uma revisão bibliográfica para a compreensão e aprofundamento dos conceitos mobilizados, como a temática do racismo territorial suas formas e estratégias por meio do planejamento urbano e ambiental, e a construção de espaços segregatórios, além de discutir o processo de urbanização do Rio de Janeiro pautado em teorias higienistas e a marginalização de corpos pretos. Ademais, utilizou-se os dados referentes à primeira fase do projeto, quando houve a aplicação de um formulário para mapeamento participativo na cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa então revelou que há uma segregação espacial significativa, onde a população negra enfrenta maiores dificuldades em termos de acesso a serviços e infraestrutura básica. Além disso, o bairro de Campo Grande é um exemplo claro dessa política excludente, haja vista que à medida em que corresponde a um dos mais populosos da cidade e de maioria negra, sua população sofre com diversos problemas socioambientais e, como boa parte da metrópole, percebe-se um acréscimo de favelização como resultado da falta de políticas de habitação. O racismo territorial, portanto, é um reflexo de como a estrutura urbana e as políticas de desenvolvimento podem acentuar desigualdades e prejudicar a mobilidade e a qualidade de vida dessas minorias subalternizadas.