Em fevereiro e março de 2022, o município de Petrópolis enfrentou chuvas intensas que resultaram em deslizamentos de terra devastadores. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) registrou 259 mm de chuva em seis horas no dia 15 de fevereiro e 534 mm em 24 horas no dia 22 de março, o maior acumulado da história do município. Estes eventos causaram extensos danos materiais e imateriais. Para analisar os deslizamentos ocorridos, foi elaborado um inventário morfométrico das cicatrizes resultantes, com o objetivo de entender os condicionantes topográficos e geomorfológicos desses eventos. Utilizou-se uma imagem de Ampla Varredura Pancromática (WPM) do satélite CBERS-04A e dados de curvas de nível do IBGE, além de planos geomorfométricos obtidos do Projeto TOPODATA. A pesquisa identificou 70 cicatrizes de deslizamento e possibilitou a análise das características morfométricas e geomorfológicas desses eventos, concentrados principalmente no 1º Distrito de Petrópolis. Os dados do inventário revelaram que os deslizamentos ocorreram predominantemente em áreas com alta declividade e em formas de terreno convexas e divergentes. Esses resultados destacam a importância da morfologia e da litologia na compreensão dos fatores que contribuem para os deslizamentos. Os parâmetros analisados, como altimetria, declividade e curvatura do terreno, são fundamentais para identificar as áreas mais suscetíveis a deslizamentos, especialmente em condições de precipitação extrema como as observadas em 2022.