As ilhas de calor são fenômenos climáticos que se formam na escala local do clima, produtos do subsistema termodinâmico (Monteiro, 1976) definidas como a modificação térmica em favor das áreas densamente edificadas em contraste síncrono com as temperaturas rurais a depender de condições meteorológicas garantidoras de estabilidade atmosférica. Tal fenômeno climático pode ser diagnosticado a partir de intensidades e magnitudes dependentes do porte da cidade e das condições meteorológicas dominantes Considerando a relevância do tema e dos estudos em fina escala, a presente contribuição analisa comparativamente as intensidades da ilha de calor da atmosfera inferior (ICUucl e da ilha de calor de superfície (ICUsuperf) de Presidente Prudente (SP) a partir de um episódio de monitoramento climático tomando para isso as temperaturas noturnas medidas in situ e a temperatura dos alvos da área de interesse. Procedeu-se à tomada de dados pelo procedimento do transecto móvel (Amorim, 2005) em monitoramento noturno e em complementariedade, para analisar a superficie urbana, optou-se pela utilização de uma imagem do canal termal do satélite Landsat 9 de captura noturna no dia próximo ao da realização do transecto móvel.As temperaturas dos alvos foram conhecidas através do processamento digital da imagem cujos níveis digitais de cinza (ND) foram convertidos para temperatura radiante. Os dados foram tratados considerando a perspectiva da intensidade da ilha de calor (Fernandez García, 1996). Os resultados comprovam que a maioria dos materiais urbanos presentes na superfície (alvos) são majoritariamente pouco evaporativos, possuem menor capacidade térmica e, por isso, necessitam de pouca energia para se aquecer na presença da radiação. Diferentemente, as áreas de cobertura vegetal mostraram menor variação entre a temperatura do ar e da superfície, seja por fazerem a interceptação da radiação, seja por possuírem maior capacidade térmica. Diagnósticos dessa natureza ressaltam a importância que as áreas verdes assumem na composição da paisagem urbana para promover o equilíbrio térmico das cidades. No entanto, o que se presencia é a supressão das áreas verdes em decorrência da forte pressão pela produção do espaço urbano.