A construção da Usina Hidrelétrica de Xingó no Rio São Francisco trouxe benefícios como a regulação do fluxo de água e a geração de energia para a região, mas também resultou em impactos socioambientais significativos. O objetivo da pesquisa visa analisar as variações nas vazões máximas e mínimas, assim como as transformações geomorfológicas na foz do rio. A metodologia adotada incluiu a análise de séries temporais de dados fluviométricos da Estação 49370000, abrangendo o período de 1927 a 2023, complementada por um estudo comparativo de imagens de satélite da foz do rio. Os resultados indicam uma redução significativa na variabilidade das vazões após a construção da barragem, evidenciando um controle mais rigoroso do fluxo. As imagens analisadas revelaram modificações geomorfológicas substanciais, como intensificação da erosão costeira e processos de assoreamento, agravados pela redução do transporte de sedimentos. A alteração da conectividade hidrológica e da dinâmica sedimentar são identificadas como desafios críticos para a gestão dessas infraestruturas. A pesquisa enfatiza a importância de avaliar os impactos naturais e sociais antes da construção de barragens, visando à conservação dos ecossistemas e à segurança das comunidades afetadas. Essas mudanças resultaram em impactos na lâmina d'água, provocando erosão e/ou assoreamento, na calha dos rios. É crucial a necessidade de um manejo hídrico que harmonize os benefícios econômicos da Usina Hidrelétrica de Xingó com a conservação ambiental, recomendando a implementação de monitoramento contínuo e ajustes operacionais na barragem para mitigar os impactos negativos.