As mudanças no uso e ocupação do solo são uma maneira antrópica de alterar o balanço hídrico e energético, ocasionando na constituição de microclimas capazes de tecer suas marcas em microescala e mesoescala, propiciando a formação de ICUs delineadas por fatores geográficos. Neste trabalho, foi possível atrelar aspectos socioeconômicos, ambientais e climáticos para uma cidade de médio porte, Indaiatuba (SP), realizando uma análise multifatorial. O Indicador de Nível Socioeconômico (INSE) do SAEB é responsável por estratificar camadas sociais de acordo com a condição socioeconômica, possibilitando inferir que as populações estão distribuídas espacialmente conforme o cunho socioeconômico. Somado a isso, estão os dados de sensores fixos para captação da temperatura atmosférica, possibilitando a análise das ICUs referente a ocorrência e magnitude do fenômeno, em função do uso e ocupação do solo, consideravelmente influenciado pela sazonalidade climática. Em conjunto das imagens do Sentinel 2 e do projeto MapBiomas, empregados para investigar os aspectos do índice de vegetação e da organização do espaço geográfico, caracterizando a presença do entorno vegetado como um importante fator para a mitigação de ICUs. Ao correlacionar a formação de ICUs com a questão socioeconômica e do uso do solo, notou-se que populações com menor poder aquisitivo possuem residência em locais periféricos e vegetados, enquanto os moradores do centro são afetados por ICUs, dinâmica encontrada em cidades de médio porte. Não é atoa que as incorporadoras estão buscando áreas distantes do centro, forçando o processo de urbanização e expansão em direção a áreas com vegetação natural.