A modelagem preditiva tem demonstrado ser uma alternativa fundamental à investigação da vegetação em áreas de nascentes, sobretudo por permitir aferir as tendências de desmatamento e conservação ao longo do tempo. Como objetivo, a pesquisa se propôs analisar espaço-temporalmente a cobertura vegetal e projetar cenários futuros da sua ocorrência em nascentes de um município semiárido. Os procedimentos metodológicos balizaram-se a partir das seguintes etapas: a) Utilização da base de dados do MapBiomas Brasil entre os anos de 1985, 1995, 2005, 2015 e 2022; b) Implementação de modelos em ambiente do Dinamica EGO, a partir da inserção de dados espaciais, como os mapas de uso e cobertura da terra e variáveis contínuas (altimetria, declividade e distâncias da rede fluvial, das nascentes e das rodovias), bem como das funções de transição, pesos de evidências, mecanismos de validação e projeção de cenários futuros para os anos de 2030 e 2050. Os resultados demonstraram que entre os anos analisados (1985-2022) ocorreu uma perda de 613 ha de floresta, mantendo uma taxa de conversão para não floresta de 10,2% entre 2030 e 2050. As variáveis matriciais supracitadas foram suficientes para entender a dinâmica de colonização dos pixels, com destaque para as nascentes – que representaram vetores de atração para a regeneração fitofisionômica local, em virtude das suas condições hidromórficas em ambiente semiárido.