No Brasil, uma lógica de crescimento das áreas urbanas realizadas na ocupação, pelos grupos mais vulneráveis, das áreas naturais mais suscetíveis a processos geomorfológicos e hidrológicos. Nesse contexto, as encostas foram, ao longo do tempo, sendo ocupadas e alteradas por ações antrópicas, resultando, por vezes, em catástrofes associadas a processos naturais, como os movimentos de massa. Diante disso, este trabalho analisou os fatores de vulnerabilidade que podem influenciar na deflagração de movimentos de massa nas encostas do município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Para tal, desenvolveu-se como estratégia a seleção e análise de dados censitários referentes ao saneamento básico e à infraestrutura das áreas mais suscetíveis aos movimentos de massa no município. Identificou-se que os domicílios situados nas encostas não possuem, em sua totalidade, cobertura de rede de esgoto, apresentando esgotamento por valas e ausência de bueiros, o que permite inferir que parte dos efluentes das residências é depositada no solo, contribuindo para a saturação e potencializando o risco.