O bairro Arianópolis em Caucaia – CE, situado na região metropolitana de Fortaleza, tem sido foco de vislumbres imobiliários e outros significativos modos de produção do espaço e de mercadoria, de forma que grande parte das suas áreas, outrora naturais, como rios, lagoas, afluentes de rios, áreas verdes, além de outros importantes bens naturais, estão sendo suprimidos de forma intensa, fato que tem colocado esses ambientes em estado de complexas vulnerabilidades e instabilidades ambientais. Assim, esta pesquisa teve como objetivo principal realizar uma análise sobre a questão socioambiental do bairro Arianópolis, em Caucaia – CE, a partir da perspectiva do uso e desmatamento das áreas verdes urbanas, considerando a composição florística, o clima e a percepção da população local. Para realização desta, foram necessárias algumas etapas metodológicas, tendo início com as leituras sobre o tema, a coleta de dados via imagens de satélite Google Earth Pro, a análise de dados e mapas disponibilizados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), Mapbiomas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estudos dos dados sobre os desastres ambientais, tendo como base, leituras do relatório do quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Realizou-se também a instalação de 1 (um) termo higrômetro automático no bairro Arianópolis em espaço privado (casa), em uma área do bairro com elevadas modificações paisagísticas, logo, com pouca quantidade de vegetação, para a análise da sensação térmica desse ambiente. Por fim, foram aplicados questionários para levantamento da percepção dos moradores do bairro sobre as áreas verdes e a ausência dessas, bem como as mudanças de paisagens, e a diversidade de espécies da flora presentes no bairro, comparando-as e distinguindo-as das espécies símbolo do semiárido. Das espécies apontadas pela comunidade existentes no bairro há 10 anos atrás, mais da metade representavam árvores da caatinga, razão pela qual, se evidencia a problemática do modo capitalista de produção frente a sustentabilidade dos biomas. A partir dos registros do termo-higrômetro instalado, constatou-se que as temperaturas no bairro variam entre 21º C (mínimo) a 33,8ºC (máximo). Além desses, o aparelho de termo-higrômetro, registrou dados de Temperatura Média 24,6– Moderadamente quente e ID (ÍNDICE DE DESCONFORTO) de 27ºC apontando que mais de 50% da população sente desconforto.