As relações entre o meio ambiente natural e construído com a incidência de doenças e outros agravos têm se tornado crescente objeto de interesse dos campos da geografia e da saúde coletiva no Brasil. Sob o contexto das mudanças climáticas globais, observa-se mudanças no comportamento de diversas doenças cujo comportamento está vinculado a fenômenos climáticos que interagem com vetores e potencializam o contato da população suscetível com patógenos. A dengue é considerada uma das Doenças Negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é diretamente afetada pela variabilidade climática. Neste sentido, este trabalho busca abordar aspectos da relação clima-vetor-doença, analisando sobretudo a relação de temperaturas mínimas médias com a incidência de casos autóctones de dengue no município de Maringá-PR entre os anos 2010-2020. Para condução desta pesquisa foram utilizadas referências levantadas através de revisão narrativa, os dados epidemiológicos foram obtidos a partir da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA-PR) e os dados meteorológicos a partir do Banco de Dados Meteorológicos do Instituto Nacional de Meteorologia (BDMEP/INMET). A análise realizada indicou que no período analisado a redução de temperatura abaixo do limite inferior de desenvolvimento do Aedes aegypti variou entre 7 a 31 dias totais por ano, apresentando consistência com a redução e aumento de casos autóctones registrados. Por fim, considera-se que a frequência e duração de temperaturas mínimas médias apresentam influência sobre os casos subsequentes de dengue.