Esta pesquisa analisa a Justiça Ambiental e Racismo Ambiental em Sorocaba (SP), formulando o Indicador de Vulnerabilidade Socioeconômica e Ambiental (IVSEA) para analisar as desvantagens enfrentadas pela população negra. A origem do conceito de Justiça Ambiental emerge nos EUA na década de 1960 e sua relevância no Brasil tem a partir dos anos 1990, enfatizando a segregação socioespacial e a vulnerabilidade das populações pretas devido à injustiça ambiental. Nesta pesquisa foram utilizadas variáveis sociais, demográficas e ambientais para compor o IVSEA, aplicando-se técnicas de padronização e análise estatística nos setores censitários urbanos. A população negra foi espacializada, revelando uma maior concentração em áreas de alta vulnerabilidade, especialmente na Zona Norte. Os resultados mostram que 17,3% dos setores censitários possuem alta ou muito alta vulnerabilidade, enquanto 42,2% têm baixa ou muito baixa vulnerabilidade. Para a população negra, identificamos que está desproporcionalmente concentrada em áreas mais vulneráveis. A análise de correlação revelou uma relação negativa significativa entre o IVSEA e a proporção de população negra, e a regressão linear indicou que há diferença estatística entre os grupos, assim demostrando que áreas com maior vulnerabilidade socioeconômica e ambiental possuem uma maior presença dessa população. Conclui-se que há uma segregação socioeconômica e racial significativa em Sorocaba, necessitando de políticas públicas eficazes para promover justiça ambiental e melhorar a qualidade de vida das populações vulneráveis. A pesquisa sugere a importância de estudos futuros e dados atualizados para compreender melhor as dinâmicas socioeconômicas e ambientais e orientar intervenções políticas mais equitativas.