A erosão do solo é um processo naturalmente geomorfológico e que, em muitos casos, está relacionado a degradação ambiental por desertificação em regiões semiáridas. Faz-se necessário que métodos e técnicas sejam aplicados para o conhecimento da erosão em nível de detalhe, assim como o seu monitoramento em diferentes períodos. Assim, objetiva-se analisar a dinâmica erosiva de partículas do solo em área experimental no município de Floresta, semiárido de Pernambuco. Para isso, foram instalados pinos de erosão em uma parcela situada em vertente e pinos em inter-rill. As leituras foram realizadas no final do período seco de 2023 e o final do período úmido de 2024. Também, foram realizados sobrevoos com drone nos dois períodos hidrológicos e coletados dados de chuva acumulada em cada mês de leitura. Os dados da parcela erosiva, em conjunto com os dados de chuva, demonstraram que predominaram processos de remoção de sedimentos por fluxo hortoniano no período seco, após as primeiras chuvas. Nos meses mais chuvosos, houve a realocação de sedimentos por fluxo hortoniano gerado pela umidade precedente. No inter-rill, a dinâmica ocorreu nos períodos seguintes, demonstrando atraso em relação a parcela. Nesse caso, levanta-se a hipótese de uma erosão remontante do setor de vertentes em direção ao setor mais alto. Conclui-se então que a dinâmica se mostrou complexa em função de feedbacks entre as precipitações, cobertura vegetal, características dos sedimentos, setor da vertente, micro topografia e rugosidade do terreno. Dados dessa natureza podem contribuir de maneira contundente na formulação de novas políticas públicas voltadas ao combate à desertificação e degradação ambiental.