Nas últimas décadas, discussões sobre crises climáticas, efeito estufa e fenômenos como La Niña e El Niño têm sido pauta constante no meio acadêmico. Nesse mesmo contexto, surgem também as preocupações e debates sobre o clima urbano e como essas mudanças afetam o cotidiano e a qualidade de vida dos moradores de pequenas e médias cidades, na região Amazônica. Diante dessa realidade, a presente pesquisa, partindo da fundamentação teórica dos estudos de Carlos Augusto Figueiredo Monteiro (1976), propõe-se analisar a variabilidade climática urbana na cidade de Canaã dos Carajás - PA, por meio da análise integrada da temperatura da superfície, cobertura vegetal e campo hidrométrico. Para isso, utilizou-se o recorte temporal das décadas de 1980 e início da década de 2020. De modo geral, é possível constatar que houve aumento na temperatura de superfície de até 4,6 °C em Canaã dos Carajás, que continua em acelerado crescimento urbano, passando por processos de redução de vegetação, compactação e impermeabilização do solo. Além disso, a pesquisa subsidia conhecimento da realidade local para pensar políticas públicas, com foco no conforto térmico e na melhoria do espaço urbano em cidades amazônicas.