Apesar das mudanças significativas no uso da terra, o norte de Minas permaneceu isolado por certo tempo, com padrões predominantes de pastagem. Nas últimas quatro décadas, ocorreu uma transição introduzindo novos modelos de uso da terra. O estudo buscou avaliar transformações no uso da terra e desmatamento no norte de Minas Gerais, usando dados de imagens Landsat entre 1985 e 2020, disponíveis na plataforma Mapbiomas. Isso resultou em mapas de uso da terra e análises da distribuição espacial da vegetação natural para taxas de desmatamento. Os resultados revelaram redução da Formação Savânica de 52% (década de 1980) para 46% (2020), com diminuição de 19% nas Formações Campestres e Florestais. Pastagens cresceram 21%, enquanto florestas de eucalipto aumentaram 240%, principalmente à custa de áreas de pastagem. Essa dinâmica causou uma perda de vegetação natural de cerca de 19 mil km² em 35 anos, equivalente a uma área maior que a região metropolitana de Belo Horizonte ou mais de 1.750 campos de futebol (7.140 m² - Maracanã). Análises espaciais indicaram desmatamento concentrado nas partes oeste e leste do norte de Minas, predominantemente em regiões de chapadas, planaltos e planícies. A manutenção desse cenário pode intensificar conflitos socioambientais, tornando políticas que abordem aspectos sociais e ambientais do uso da terra essenciais. Dados contínuos de uso da terra são cruciais para alcançar essa meta.