Tornando-se uma atividade essencial na economia brasileira, a pecuária se tornou crucial para o Brasil, com destaque para a bovinocultura introduzida ainda no primeiro século de colonização. Essa atividade, essencial para a economia e para a alimentação dos seres humanos, historicamente expandiu-se pelo território brasileiro sem considerar a conservação ambiental. Além da execução simplificada, as políticas públicas favoreceram sua expansão, ignorando os impactos ambientais negativos, como desmatamento, perda de biodiversidade, erosão do solo, poluição hídrica e emissão de gases de efeito estufa, principalmente o metano pelos animais ruminantes. Atualmente, a pressão internacional por práticas sustentáveis e as mudanças climáticas demandam uma abordagem mais responsável. Por isso, é essencial promover uma ocupação adequada do território e a conservação dos recursos naturais, adotando ferramentas técnico-científicas como o ordenamento territorial, incluindo o zoneamento ecológico-econômico, previsto na Política Nacional de Meio Ambiente. O trabalho proposto analisou a expansão da bovinocultura através da introdução de novas áreas de pastagem de 2017 a 2022, utilizando dados do Censo Agropecuário e da Pesquisa da Pecuária Municipal, ambos do IBGE, a plataforma MapBiomas e um projeto de macrozoneamento ecológico-econômico. No período analisado, constatou-se um crescimento no efetivo bovino do país, puxado principalmente pelos estados da Amazônia Legal e pela introdução de novas áreas de pastagem aptas a bovinocultura extensiva no bioma amazônico. Essa tendência, iniciada nos anos 1990, destaca a necessidade de ordenamento territorial para conciliar o desenvolvimento da pecuária com a conservação ambiental e uso sustentável dos recursos ambientais.