O presente texto possui como objetivo discorrer sobre a formulação do currículo da Educação Infantil (EI) na etapa pré-escolar vivenciado em escola pública municipal, a partir do Programa de Residência Pedagógica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado através da narrativa enquanto metodologia de investigação. No período inicial de acompanhamento das turmas, nota-se a escassez de elementos que permitam às crianças pretas e pardas se identificarem positivamente como sujeitos constituintes da população negra brasileira no cotidiano escolar. Assim, nós, residentes que acompanhávamos as turmas, levamos para as reuniões de planejamento com a professora preceptora a problematização da formulação do cotidiano da EI fundamentado na ideologia de colonialidade. Tendo em vista construir coletivamente uma proposta didático-pedagógica pautada nos valores afro civilizatórios. Através das brechas decoloniais, elegemos os momentos de leitura e brincadeira como meios efetivos presentes na rotina da EI de trazer as culturas africanas e afro-brasileiras para o currículo escolar. Iniciamos o processo de auto identificação a partir de histórias com personagens principais negros. Valorizando as interações entre pares, as brincadeiras africanas e afro-brasileiras proporcionaram o ambiente de aprendizagem e desenvolvimento em conformidade com a cultura infantil, promovendo a construção social de suas identidades de forma lúdica, tornando o processo mais divertido e proveitoso para as crianças.