Artigo Anais do X CONEDU

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

BENEFÍCIOS DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA A CULTURA DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS NA BAHIA

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Publicado em 08 de novembro de 2024

Resumo

Comunidades quilombolas, habitadas por descendentes de pessoas escravizadas, possuem culturas profundamente conectadas à natureza. Apesar dos avanços e da ampla disseminação das tecnologias digitais, essas comunidades, geralmente localizadas em áreas afastadas de centros, enfrentam desafios que podem afetar não apenas o processo de letramento digital, engajamento sócio-cultural, como questões fundamentais e mais básicas. O objetivo deste trabalho é identificar e compreender o processo de inclusão sócio-digital em comunidades quilombolas na Bahia e analisar como o acesso a tais tecnologias pode interferir em aspectos como educação, cultura, e outros serviços públicos básicos. A pesquisa é de caráter exploratório e baseia-se essencialmente em uma revisão bibliográfica. Utiliza-se ferramentas de análise de dados para examinar informações relacionadas ao tema disponíveis em portais de dados abertos, como a Fundação Cultural Palmares, com dados de 2023 e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com dados do último censo. A Fundação é responsável por certificar o autorreconhecimento das comunidades remanescentes de quilombos, possibilitando que elas sejam reconhecidas pelo Estado brasileiro e passem a ter acesso a alguns benefícios. Os primeiros achados desta pesquisa, como dados de 2023, mostraram 3.591 comunidades certificadas, sendo que destas 843 se encontram na Bahia. As pesquisas exploratórias nas principais bases de pesquisas acadêmicas revelaram que são poucos os estudos a respeito da temática na Bahia. Alguns mostraram que as tecnologias digitais podem trazer benefícios como a inserção da comunidade na busca por desenvolvimento, a promoção de capacitações e cursos, visando assegurar o direito a políticas públicas e evitando que estas comunidades se mantenham isoladas e desamparadas tecnologicamente, como revelado no auge da pandemia da COVID-19 em 2020, onde algumas atividades precisou ser realizadas remotamente, principalmente as atividades escolares. Para comunidades tradicionais isso foi praticamente impossível tanto pela falta de acesso aos instrumentos tecnológicos, como pela falta de letramento digital.

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