O artigo aborda a transformação da paisagem em Ananindeua, enfatizando a ação do Poder Público na intervenção do espaço, como a construção da orla e a expansão do Bus Rapid Transit (BRT). Destaca-se a falta de consideração pelas comunidades locais, ressaltando a imposição de projetos sem participação popular e de significativas alterações socioambientais, o que pode resultar em processos de gentrificação e perda de identidade cultural. A supressão vegetal para a construção da orla é apontada como o exemplo dos repertórios tecnocráticos adotados para a urbe em sobreposição ao meio ambiente. Uma análise crítica revela desigualdades socioespaciais, concentrando investimentos em determinadas áreas, como as Cidades Novas, o que pode ampliar disparidades e comprometer a coesão social. O texto argumenta pela necessidade de um planejamento urbano mais inclusivo, considerando as especificidades de cada região, e destaca a importância de proteção às práticas culturais locais bem como de suas paisagens, égide dos saberes e fazeres dos autóctones. Concluímos que o desenvolvimento urbano sustentável requer uma abordagem holística, equilibrando crescimento econômico, conservação ambiental e justiça social.