As argilas organofílicas são obtidas a partir de argilas in natura pela troca iônica dos cátions interlamelares por cátions orgânicos possuindo uma cadeia com ao menos doze átomos carbonos. Neste estudo, a metodologia utilizada para promover a organofilização foi a intercalação íon-dipolo, e a fonte de cátions orgânicos foi o sal quaternário de amônio nas concentrações de 70meq/100g e 80 meq/100g. Após o tratamento, as argilas organofílicas foram submetidas às caracterizações por Difração de Raios X (DRX), Espectroscopia na Região do Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) e Inchamento de Foster. Através da Difração de Raios X observou-se aumento na distância basal da argila de 14,96 Ǻ para 17,11 Ǻ e 18,55 Ǻ, crescendo com o aumento da concentração de surfactante. Para ambas as concentrações, a espectroscopia mostrou o aparecimento de bandas nas faixas de 2850 – 2930 cm-1 e 1480 cm-1, que se referem aos grupos CH2 e CH3, ausentes na argila natural, e que comprovam a organofilização da amostra. No teste de Inchamento de Foster para o solvente orgânico querosene, o teste revelou inchamento baixo e para diesel e gasolina, inchamentos médio e alto, respectivamente. A utilização da argila organofilizada para tratamento de águas residuais oleosas resultou numa redução no teor de óleo do efluente de 1000 mg/L para 50,1 e 400,2 mg/L, quando se utilizou argila organofilizada nas concentrações de 70meq/100g e 80 meq/100g, respectivamente.