Muitos professores que atuam em escolas do campo acabam por desconsiderar as formas de vida do contexto onde a escola está inserida, pois muitos deles tiveram suas formações em um formato cartesiano, que não possibilitou experienciar formas outras de ensinar e aprender, reproduzindo práticas urbanocêntricas. O objetivo deste relato de experiência é apresentar a metodologia da aula de campo desenvolvida no curso de Educação do Campo por meio da disciplina Etnociências em uma comunidade ribeirinha na Amazônia Paraense. A imersão se deu numa relação de escuta aos saberes tradicionais ou aos etnoconhecimentos desse grupo étnico. Foram realizadas observações, entrevistas, registros fotográficos e uma roda de conversa com alguns moradores mais velhos da Vila para posterior socialização. A aula de campo mostrou-se potencialmente significativa na aprendizagem dos discentes, pois mesmo que pertençam a comunidades tradicionais, permitiu-lhes desenvolver um olhar mais atento para os etnoconhecimentos presentes nos seus territórios que podem contribuir para a construção de educação diferenciada em suas práticas docentes.