Tendo em vista a heterogeneidade no ambiente escolar, nota-se que o processo de ensino-aprendizagem é atravessado pelo contexto social dos estudantes. Neste sentido, entende-se que a educação tem como foco principal contornar as disparidades sociais, por meio da formação de cidadãos críticos, participativos e conscientes do espaço em que seus corpos ocupam na sociedade, de acordo com os marcadores sociais que carregam. Argumentamos que é necessária uma nova maneira de ministrar os conteúdos relacionados a biologia, visando um ensino de ciências capaz de promover a quebra de preconceitos por meio da arte, cultura e afetividade. Sob esta ótica objetivou-se analisar a percepção dos estudantes sobre o próprio corpo e identidade, antes e após regências sobre o tema corpo humano, numa perspectiva ampliada, a fim de colocar em evidência os corpos que, em geral, são socialmente excluídos. A base teórica conceitual adotada ancorou-se nas ideias de Oliveira (2019); Queiroz (2019) e Teixeira (2019). Para alcançar os objetivos propostos, optou-se pela metodologia de Análise de Conteúdo das atividades e materiais produzidos pelos estudantes a partir de Projetos Temáticos. Conclui-se que os estudantes não possuem uma percepção crítica sobre o próprio corpo e o contexto social em que estão inseridos, o que interfere na construção de suas identidades. Desse modo, é necessário repensar o ensino de Ciências, a fim de promover um processo de ensino-aprendizagem que vise o acolhimento à diversidade social e valorização desses grupos, ampliando a visão do corpo como uma construção biopsicossocial.