O presente trabalho foca em situações vivenciadas nas aulas de História do C.E. Manuel de Abreu (Niterói/RJ), no âmbito da Residência Pedagógica, por meio da parceria da UFF/CAPES. A despeito de vários resultados positivos em diversas frentes, aqui abordaremos um dos desafios enfrentados no nosso cotidiano. Nossa reflexão diz respeito à demonstração de relativo desinteresse de alguns estudantes nas atividades e regências que ministramos, e também sobre o perfil de pouco envolvimento de uma turma específica, tendo em vista a nossa percepção e também dos demais professores da instituição. Uma possibilidade de interpretação seria repensar certas práticas escolares tradicionais como um dos mecanismos que tende a produzir uma forma de repressão que favorece a passividade, de acordo com os interesses do mercado de trabalho, fragilizando o agir político dos sujeitos (FOUCAULT, 1987). Nesta vertente, seria possível ressignificar o desinteresse e a indisciplina dos estudantes, não como delinquência ou rebeldia, mas como uma forma de resistência (FLEURI, 2008). Tal reflexão também faz parte de um percurso de trans/formação (ANDRADE, 2017) segundo o qual a comunidade de aprendizagem (HOOKS, 2020; NASCIMENTO, 2023) – formada pelo professor orientador da universidade, o professor preceptor na escola pública e os residentes pedagógicos – se forma mutuamente a partir das aulas e diálogos, inclusive para ajudar a enfrentar os mencionados desafios do cotidiano escolar. Por fim, nossa reflexão visa apresentar mais perguntas do que soluções para um cenário de relativa desconexão entre alguns discentes e as ações desenvolvidas pelos educadores.