A bacia Sergipe-Alagoas (SEAL), no Nordeste do Brasil, apresenta o registro sedimentar da evolução tectônica das bacias costeiras do leste brasileiro, relacionada com a ruptura do supercontinente Gondwana. A Formação Feliz Deserto apresenta uma sucessão deltaica depositada em ambiente lacustre antes da ruptura sendo constituída por arenitos intercalados por folhelhos e calcários. Estudos de reservatórios análogos, incluindo afloramentos e poços, foram desenvolvidos em intervalos desta Formação proporcionando a geração de modelos 3D estratigráficos, faciológicos e petrofísicos de uma região em Sergipe. A metodologia utilizada foi a Caracterização Multiescalar de Reservatórios (CAMURES), executada pelo Laboratório Progeologia. Esta aborda o entendimento dos processos sin e pós - deposicionais, considerando aspectos composicionais e texturais quantificados nas diferentes escalas de observação. Os dados usados consistiram em 5 poços além de informações de afloramentos análogos. Realizaram-se interpretações de perfis de poço, correlações estratigráficas, descrição de testemunhos, análises petrofísicas e petrográficas com descrição de 49 lâminas delgadas. As análises permitiram a identificação de intervalos com qualidades de reservatório e serviram como dados de entrada para a construção dos modelos 3D. O grid 3D foi construído com um total de 112.500 células, cobrindo uma área de 810.000 m². As fácies agrupadas foram pelitos, arenitos finos e médios. Distribuiu-se as propriedades permo-porosas condicionando estas às fácies, com porosidade entre 6,6% e 27,4% e permeabilidade entre 0,13 mD e 3.750,0 mD. A metodologia CAMURES promoveu o entendimento das heterogeneidades da Formação Feliz Deserto, trazendo o suporte a modelos 3D estocásticos equiprováveis de reservatórios presentes neste sistema deltaico.