O racismo está presente na sociedade brasileira, em suas estruturas, não está limitado a comportamentos individuais, atrela-se ao funcionamento das instituições, em um jogo dinâmico de vantagens e privilégios, estabelecendo parâmetros discriminatórios, baseados na raça. Diante desse contexto, pergunta-se: É possível conceber um ensino de Ciências da Natureza para uma educação antirracista? Para responder esse questionamento, foi desenvolvida uma pesquisa de natureza qualitativa, com suporte etnográfico, a partir de relatos autobiográficos sobre as práticas educativas desenvolvidas nas atividades pelo Programa de Iniciação à Docência - PIBID da Universidade Federal do Ceará - UFC, na Escola Municipal José Bonifácio de Sousa - EM JBS, da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza - SME Fortaleza. O objetivo foi apresentar um relato de experiência do PIBID no Ensino de Ciências da Natureza para uma educação antirracista. A pesquisa conserva a identidade dos alunos e alunas envolvidas na atividade, relatando apenas a impressão das autoras participantes do processo. Os resultados indicam que uma educação antirracista pode e deve ser adotada por professores de qualquer componente curricular obrigatório, inclusive de Ciências da Natureza. Estratégias pedagógicas, como roda de conversa, podem fomentar o debate e encontro com os pares, fortalecendo a autoestima e autonomia nas reflexões, críticas e produção de conhecimento. É possível considerar que o tema escolhido para o recorte, o estudo da pele, assim como outros temas como genética e seleção natural, por exemplo, também podem figurar relacionadas às discussões sobre racismo.