Este artigo tem o objetivo examinar, à luz da teoria crítica pós-colonial, à universalidade do conhecimento racional moderno predominante nos espaços acadêmicos. A hipótese sugere que a expansão da educação superior a partir da última década do século XX aos grupos alijados historicamente dessa modalidade educacional, como as mulheres negras, questiona essa epistemologia dominante que ignora os marcadores sociais de gênero, raça e classe. Trata-se, portanto, de perceber que as leis podem mudar, mas é raro que as instituições que elas regulam mudem rapidamente. O texto vem dividido em três partes: primeiro busco averiguar as bases do conhecimento racional estruturalista moderno e seu predomínio nos espaços acadêmicos. Em seguida, caminho pelas trilhas do pensamento feminista negro, em uma perspectiva de afirmação identitária e reparação histórica ao evidenciar as condições sociais opressoras interseccionadas que acometem as mulheres negras estudantes. Por fim, como conclusão, discuto como as premissas teóricas pós-colonial vem como resistência a essa política acadêmica de discriminação institucional.