A etnociência surgiu nos anos 50, do século XX, como linha de pesquisa, ganhando impulso através de investigadores norte-americanos que desenvolveram pesquisas com populações autóctones da América Latina. As representações da natureza pelos povos primitivos representam uma ciência concreta, de linha de pesquisa característica dos povos indígenas, concernentes a botânica, e outras, como farmacologia e ictiologia. Assim, utilizou-se tal conhecimento, antes tradicional, para análises científicas em grandes laboratórios, facilitando a vida nos centros urbanos, com destaque para a cura de doenças, pintura corporal, bebidas e venenos. Neste contexto, considera-se que o uso de temas do cotidiano no ensino de Química pode promover impactos positivos, com ênfase relevante na indissociabilidade das vertentes: ensino, pesquisa e extensão. Porém, produtos naturais, sem um relevante conhecimento científico de sua utilização, quando transitados em ambientes educacionais são por vezes “diminuídos” e até mesmo “menosprezados”, sendo facilmente substituídos por métodos analíticos de difícil assimilação, como os medicamentos sintéticos. Desta forma, o componente curricular de Química tem a possibilidade de considerar muitos conhecimentos indígenas justificando o objetivo deste trabalho que foi de proporcionar estudos comparativos entre produtos medicinais naturais e os comercializados, com abordagem subjacente no ensino de Química, principalmente relativos ao estudo de estruturas orgânicas e suas propriedades, e relevância nas descobertas pelos indígenas, cuja metodologia foi bibliográfica associada à pesquisa de campo, através de entrevista nas comunidades indígenas, Potyguara e Gavião, no município de Monsenhor Tabosa, em que enfatizou-se Genipa americana L. (Jenipapo), como sendo utilizada no alívio de dor óssea e na recuperação de fraturas (substituindo o Clonixinato de lisina + cloridrato de ciclobenzaprina ), laxante (substituindo o Lacto Purga) e anemia (substituindo o Sulfato Ferroso). Assim como, a Momordica Charantia L. (Melão de São Caetano) usada na prevenção e tratamento de diabetes (substituindo o uso de Insulinas).