Introdução: Delirium é o distúrbio neurocognitivo agudo que afeta cerca de 80% dos pacientes das Unidades de Terapia Intensiva em todo o mundo. Associa-se a um pior prognóstico por deterioração cognitiva e funcional, e além disso, aumento da institucionalização e mortalidade. Objetivo: Analisar de forma qualitativa o impacto do distúrbio multifatorial Delirium no paciente idoso em um ambiente de UTI. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, incluindo 7 artigos publicados entre os anos de 2018-2023 na plataforma PubMed, em Português e Inglês. Utilizou-se os descritores “elderly”, “delirium” e “ICU” combinados com o operador booleano “AND”. Resultados: No contexto da UTI, o desenvolvimento do transtorno delirium é um forte preditor de aumento de tempo de internação, subsequentes hospitalizações, declínio funcional e mortalidade. Ademais, é oportuno destacar que os pacientes que vivenciaram o transtorno relatam angústia durante e após a condição, destacando seu sofrimento emocional, físico e cognitivo. Isto posto, a longo prazo, a literatura demonstra pontuações piores nos testes de função sensório-motor, devido ao comprometimento cognitivo, ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), reforçando a significativa piora do seu prognóstico. Dessa forma, visto que não existe um tratamento farmacológico capaz de evitar ou mesmo tratar o delirium, evidencia-se a necessidade de seguir as evidências científicas que sustentam a importância das estratégias não farmacológicas como intervenção primária para a prevenção do delirium, capazes de reduzir sua incidência em 40%. Conclusão: Portanto, destaca-se a magnitude do malefício do Delirium para a população idosa nas UTIs. Nessa perspectiva, é imprescindível que sua prevenção seja o cerne desse problema de saúde pública, por meio de estratégias multicomponentes de prevenção do delirium, como garantir os adequados recursos sensoriais - uso de óculos, aparelhos auditivos, mobilização precoce, manutenção adequada de nutrição, ciclo sono-vigília, hidratação, reorientação para o ambiente e interação com pessoas familiares conforme possível.