Na rotina do idoso é comum o uso regular de múltiplos medicamentos pois com o envelhecimento aumenta a necessidade de controlar várias doenças crônicas coexistentes. Apesar de necessária, a polifarmácia não deixa de ser uma situação de risco, pois existe uma relação direta entre o número de medicamentos usados e o risco de efeitos adversos. Dentre esses efeitos, as lesões bucais são as menos citadas por serem as mais negligenciadas, ao contrário dos efeitos sistêmicos que encontram-se bem documentados na literatura. Os idosos podem estar mais suscetíveis a essas lesões devido às alterações da farmacodinâmica e da farmacocinética dos medicamentos associadas ao processo de envelhecimento. É de extrema importância a prevenção dos problemas bucais em idosos já que podem interferir em sua qualidade de vida trazendo sintomatologia dolorosa que dificulta a alimentação adequada e a manuteção da higiene bucal o que pode agravar as doenças sistêmicas pré-existentes. O conhecimento sobre a influência da polifarmácia na saúde bucal da pessoa idosa tanto pelos profissionais da saúde quanto pelos familiares e cuidadores pode reduzir a ocorrência dos problemas bucais. O objetivo deste trabalho é investigar as evidências científicas sobre a influência da polifarmácia na saúde bucal da pessoa idosa. Trata-se de uma revisão de literatura obtida por meio da pesquisa em revistas científicas, artigos científicos e livros na qual foram realizadas buscas em portais e bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO, Web of Science e PUBMED/MEDLINE. Os resultados da pesquisa demonstraram que as principais lesões bucais citadas na literatura atual foram as úlceras, necrose, xerostomia e disgeusia, lesões cariosas, liquen plano, infecções fúngicas e virais e angioedema. Sendo a polifarmácia um dos distúrbios geriátricos mais comuns da atualidade, a criação do referido trabalho possibilita a obtenção de um maior conhecimento acerca da sua influência na saúde bucal da pessoa idosa.