A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, que se configura como problema de saúde pública, principalmente por ser responsável por gerar incapacidades físicas. Na população idosa a hanseníase tem impacto ainda maior visto que as alterações ocorridas no organismo, devido ao processo de envelhecimento, podem agravar ainda mais os graus de incapacidades, afetando diretamente a qualidade de vida dessa população. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo apresentar os as características epidemiológicas e clínicas dos casos de hanseníase em idosos notificados na Paraíba, Brasil. Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados na base de dados do Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN), fornecidos pelo DATASUS, a partir dos registros realizados entre os anos de 2018 a 2022. As variáveis coletadas foram: ano, sexo, faixa etária, escolaridade, raça/cor da pele, classificação operacional no diagnóstico, forma clínica, número de lesões cutâneas, reação hansênica, grau de incapacidade na notificação. Os dados revelaram que durante o período em estudo foram notificados 850 casos de hanseníase em pessoas com 60 anos ou mais, com uma média de 170 casos por ano. O perfil epidemiológico apontou que a maioria dos idosos com hanseníase eram do sexo masculino (57,76%), com idade entre 60 e 69 anos (57,73%), com escolaridade da 1ª a 4ª série incompleta do ensino fundamental (36,36%) e autodeclarados pardos (64,62%). Quanto as características clínicas, prevaleceram os casos multibacilares (77,97%), na forma clínica dimorfa (44,18%), com mais de 5 lesões no corpo (54,73%), sem reação hansênica (80,43%) e grau de incapacidade zero (44,81%). Conclui-se que a hanseníase está bem distribuída na população idosa da Paraíba e que suas ações de prevenção e controle precisam ser intensificadas para esse grupo etário, em especial para determinados grupos vulneráveis, tais como homens de baixa escolaridade.