O envelhecimento provoca alterações na composição corporal em idosos, reduzindo a massa livre de gordura e aumentando a gordura corporal. Essa mudança pode se associar a eventos adversos à saúde. Portanto, o objetivo do estudo foi verificar se o percentual de gordura (%G) e o percentual musculoesquelético (%MEsq) são capazes de prever a mobilidade funcional e o desempenho cardiorrespiratório em idosas. A amostra, por conveniência, foi de 28 mulheres (66,36±5,98 anos) fisicamente independentes. Utilizou-se um estadiômetro portátil para mensurar a estatura. Foi utilizada uma balança de bioimpedância para estimar a massa corporal, índice de massa corporal, %G e %MEsq. A mobilidade funcional foi avaliada pelo teste Time up and go (TUG) e o desempenho cardiorrespiratório pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6’). Os resultados foram apresentados em média e desvio padrão. Para realizar as associações entre as variáveis foi utilizado o coeficiente de correlação linear de Pearson. A regressão linear múltipla, método stepwise, foi utilizada para descrever se o %G e o %MEsq poderiam prever a mobilidade funcional e o desempenho cardiorrespiratório das voluntárias. O alfa adotado foi 0,05. As análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS 20.0. A avaliação antropométrica, em média, indicou 68,33±13,89 kg, 1,56±0,05 m e 27,81±4,89 kg/m² das voluntárias. O %G e o %MEsq foram de 40,13±6,33% e 25,39±3,80%, respectivamente. O desempenho no TUG foi de 8,78±1,22 s e no TC6’ foi de 457,79±49,84 metros. Houve uma associação significativa entre o TUG-%G (r=0,49; p=0,008), TUG-%MEsq (r= - 0,368; p=0,048), TC6’-%G (r= - 0,506; p=0,006) e TC6’-%MEsq (r=0,41; p=0,03). Apenas o %G foi capaz de prever a mobilidade funcional (?=0,49; t=2,865; p=0,008; R²=0,24) e o desempenho cardiorrespiratório (?= - 0,506; t= - 2,99; p=0,006; R²=0,256) nas voluntárias, ou seja, o %G explicou 24% da variação no TUG e quase 26% da variabilidade no TC6’.