A imagem corporal é uma construção que se dá ao longo do desenvolvimento e por meio das relações sociais dos indivíduos. Seu conceito pode ser definido como a percepção cognitiva inconsciente ou consciente que uma pessoa tem do seu corpo. Para a psicanálise, o corpo é um componente conciliador entre a psique e o ambiente, dessa maneira, a origem do psiquismo está diretamente atrelada à dimensão corporal. Portanto, nesta perspectiva, o Eu, o Corpo e a Imagem Corporal são vistos como processos intrínsecos. Assim, se o corpo só existe a partir da autopercepção deste corpo e da percepção que o outro tem do corpo observado, em nossa sociedade heteronormativa, quando concerne às corporalidades LGBTQIA+ em processo de envelhecimento, são inexistentes. Dito isso, o presente estudo objetivou analisar de que maneira a imagem corporal é elaborada em pessoas LGBTQIA+ envelhecentes sob à luz psicanalítica e da construção do Eu. Para tanto, foi realizada uma revisão narrativa da literatura dos últimos 15 anos nas bases de dados: Scielo, Pepsic e CAPES. A partir da literatura, verifica-se que em uma sociedade cisheteronormativa, são encontrados obstáculos para que a imagem corporal de corpos LGBTQIA+ envelhecente seja aceita pelo padrão que lhe é imposto. Sendo intensificado por, além de precisar suprir esses padrões estabelecidos, superar a inexistência de olhares positivos aos seus corpos ignorados devido ao preconceito da sociedade. Isso se potencializa quando fala-se de corpos tidos como afeminados e transgenerificados, pois em uma sociedade machista e patriarcal, a figura do feminino ainda é visto como submissa, de prazer, de desigualdade, o que ocasiona em sofrimento ou no indeferimento do seu direito de viver. No mais, é preciso considerar que a constituição do Eu afeminado, velho e homo-transgênero é atravessada por violências cotidianas que promovem sofrimentos que são próprios de uma sociedade cisheteronormativa.