A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, no Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde conceitua o envelhecimento saudável como o processo de desenvolvimento e preservação da capacidade funcional para o bem-estar durante a idade avançada. Em 2017, publicou um documento sobre Integrated Care for Old People (ICOPE), contendo diretrizes sobre intervenções na comunidade para manejar a perda de capacidade intrínseca. Assim, consolida uma proposta de rastreamento de riscos nos pacientes acompanhados para direcioná-los ao cuidado adequado, baseando-se nos conceitos norteadores de capacidade intrínseca, habilidade funcional e cuidado centrado no paciente. Objetiva-se apresentar a ferramenta de rastreio de fragilidade e avaliação da capacidade intrínseca para o cuidado integral à pessoa idosa - ICOPE - em implementação na Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS) no país. Trata-se de um estudo de pesquisa bibliográfica em artigo científico e documentos sobre o ICOPE - Brasil, projeto de cooperação acadêmica entre universidades federais brasileiras, em fase de validação e implementação no SUS. A ferramenta de triagem ICOPE pretende, através de roteiros de atenção ao paciente, o manejo dos declínios cognitivos; mobilidade; condição nutricional; deficiência visual; perda auditiva, sintomas depressivos; assistência; apoio social e ao cuidador. Para tal, abordam-se os principais domínios da capacidade intrínseca do paciente: capacidades cognitiva, locomotora, auditiva, visual, psicológica e a vitalidade através de testes e exames específicos para avaliação integral. À medida que a idade avança, observa-se uma diminuição na capacidade intrínseca e na habilidade funcional, consequência do processo de envelhecimento e de doenças subjacentes. Isso posto, a elaboração de um plano de cuidados personalizado ao idoso, garantindo-se uma via de monitoramento pela APS e com vínculo para direcionar ao atendimento especializado, faz do ICOPE uma proposta significativa à realidade da saúde pública brasileira.