O Brasil tem experimentado um processo de envelhecimento populacional nos últimos anos. A transição demográfica vem acompanhada da transição epidemiológica, ampliando a ocorrência de doenças crônicas, como a depressão em pessoas idosas, doença que influencia diretamente na qualidade de vida dessa população e necessita de uma atenção à saúde qualificada. Este estudo tem como objetivos caracterizar a depressão no contexto do envelhecimento; e descrever os cuidados de enfermagem à pessoa idosa com depressão. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada em junho de 2023, com levantamento de artigos na Biblioteca Virtual de Saúde - BVS. Os resultados sinalizam que no Brasil, a prevalência de depressão entre pessoas idosas varia de 4,7% a 36,8%, entretanto, apenas 80 a 90% destes podem ser efetivamente tratados, sobretudo face ao subdiagnóstico e dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Isso reflete na fragmentação do manejo terapêutico. Sendo assim, cuidados adequados de enfermagem durante o acompanhamento à pessoa idosa influenciam na mitigação dos efeitos desta doença, como: a obtenção de dados através de uma história completa, exame do estado físico e mental, avaliação da capacidade funcional, índices laboratoriais e triagem de depressão a partir da Escala de Depressão Geriátrica ou Inventário de Depressão de Beck. Concluiu-se que muitos casos de depressão são negligenciados devido à associação dos sinais e sintomas com o processo de envelhecimento. Logo, cabe ao enfermeiro uma avaliação ampla dos sinais e sintomas, o desenvolvimento de uma consulta gerontogeriátrica integrada à equipe multiprofissional e a implementação de intervenções singularizadas a cada pessoa idosa.