Desde a confirmação dos primeiros casos de COVID-19 foram implantadas medidas como distanciamento e isolamento social e, com isso, a saúde mental das pessoas idosas passou a receber maior atenção dos profissionais e organizações de saúde. O presente estudo tem como objetivo verificar a presença de sintomas depressivos e as estratégias de enfrentamento adotadas no cenário da pandemia. O estudo caracterizou-se como uma pesquisa de campo, de natureza descritiva, corte transversal e de abordagem qualitativa, realizada na Clínica Escola de Fisioterapia, integrada ao Centro de Saúde Nova Esperança (CSNE). A amostra foi composta por 15 idosos que se encontravam assiduamente em tratamentos fisioterapêuticos na Clínica Escola. Foi utilizada uma entrevista composta por três partes: aplicação do Teste da Associação Livre de Palavras (TALP), Anamnese e Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15). Os dados foram agrupados pelo software IraMuTeQ, versão 0,7 alfa. Entre os participantes, o presente estudo identificou o predomínio do sexo feminino (n=10), com idades que variaram entre 62 e 77 anos. A análise do conjunto textual produzido pelas entrevistas baseou-se na distribuição das palavras que apresentaram frequência de citação entre os entrevistados maior que 3, obtendo-se um total de 242 palavras analisáveis, distribuídas em 03 grupos semânticos contextualizados, sendo eles: Classe 1 – Dimensões da depressão em tempos de pandemia; Classe 2 – Dimensões socioafetivas; Classe 3 – Sintomas depressivos. Diante da associação entre a pandemia e de seus desdobramentos, o olhar desenvolvido pela pessoa idosa sobre a depressão, em tempos de pandemia, pode fundamentar políticas e ações que possibilitem uma maior interação entre o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo, fortalecendo a rede assistencial que estimule o enfrentamento da doença em um contexto mais qualificado e integral.