A educação caracteriza-se em fator essencial ao desenvolvimento da sociedade e à redução das desigualdades. O presente estudo objetivou analisar a relação entre analfabetismo, renda e macrorregião de residência de pessoas idosas brasileiras. Utilizou-se dados provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019, em todo o território brasileiro. Contemplaram-se informações de 43.554 pessoas idosas. Considerou-se como variável dependente o analfabetismo e independentes a renda e as macrorregiões brasileiras. Os dados foram avaliados descritivamente e por análise de regressão logística. Verificou-se que 76,2% das pessoas idosas brasileiras são alfabetizadas, e destas 72,3% concluíram o Ensino médio, 19,8% têm renda inferior a um salário mínimo e 36,6% têm renda equivalente a 1 salário mínimo. As residentes nas regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram as menores rendas e maiores proporções de analfabetos, enquanto as residentes no Sul e Sudeste, as melhores condições. Idosos brasileiros analfabetos têm 4,2 (IC95%: 3,9-4,5) e 1,4 (IC95%:1,3-1,6) mais chance de dispor de renda mensal inferior a 1 salário mínimo e de 1 salário mínimo, respectivamente, se comparado aos alfabetizados (p<0,001). Semelhantemente, foi observado que idosos residentes no Nordeste e Norte têm 5,0 (IC95%: 4,7-5,4) e 2,9 IC95%: 2,7-3,2) (p<0,001), respectivamente, mais chances de serem analfabetos se comparados com os da região Sudeste. Conclui-se que existe relação entre analfabetismo, renda e macrorregião de residência de pessoas idosas brasileiras e que os achados podem fornecer elementos à estruturação de ações e políticas públicas de cunho socioeconômico visando ao desenvolvimento regional e à redução de disparidades no país.