A vulnerabilidade clínico funcional é a dificuldade ou comprometimento para realizar atividades de vida diária. Esta condição aumenta as chances de acometimentos de quedas, hospitalização, institucionalização e morte. O presente estudo objetiva avaliar a vulnerabilidade clínico funcional de pessoas idosas hospitalizadas e fatores sociodemográficos associados. Trata-se de estudo transversal, quantitativo, realizado com 684 pessoas idosas internadas em um hospital de ensino do estado do Paraná. Foram inclusos indivíduos com 60 anos ou mais, internado no setor de clínicas médica e cirúrgica no interstício de 2020-2021. Os dados foram coletados beira leito nas primeiras 48 horas de internação pela equipe de atenção gerontológica, para provimento de plano de cuidado. Foram coletadas características sociodemográficas e aplicado o instrumento validado Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional. O instrumento tem uma pontuação de 0 a 40 e classifica de acordo com a vulnerabilidade clínico-funcional o indivíduo em: robusto (?6 pontos), pré-frágil (7-14 pontos) frágil (?15 pontos). Realizou-se os testes qui-quadrado. A amostra foi composta em sua maioria por homens (n=354; 51,8%), indivíduos de baixa escolaridade (32,1%; n=109), idade entre 60 a 74 anos (68,9%; n=466), casados (48,2% n=330) e aposentados (77,6%; n=460). Das pessoas idosas 22,6% (n=155) eram robustas, 30,3% (n=207) pré-frágeis e 47,1% (n=322) frágeis. As mulheres apresentaram significativamente mais vulnerabilidade funcional em detrimento aos homens (p<0,001). De forma semelhante observou-se que analfabetos, longevos, viúvos e aposentados apresentaram significativamente maior prevalência de fragilidade (p<0,05). Conclui-se que a prevalência de vulnerabilidade clínico funcional em pessoas idosas hospitalizadas foi elevada, sendo esta associada ao sexo, idade, escolaridade, estado civil e atividade laboral. Deste modo, é necessário o fomento de ações direcionadas a esse público com vistas a evitar maior fragilização e suas consequências.