Apesar das lutas e avanços nas discussões sobre gênero vê-se ainda os vestígios velados de “vontades de verdade” e “relações de poder” que perpetuam estereótipos ligados tanto a traços quanto a papéis destinados socialmente em relação tanto ao sujeito homem quanto ao sujeito mulher. A partir de autores como Foucault (2004), Hall (2006) e Silva (2000), o presente estudo discute questões relacionadas a vontades de verdade, identidade e estereótipos que constituem as relações de gênero na sociedade. Nessa perspectiva, entendemos a instituição escolar como um lugar bastante significativo para se observar o reflexo dos ditames da sociedade, inclusive, no que diz respeito as relações de gêneros. Pensando nisso, esta pesquisa de campo traz algumas reflexões sobre vivências decorrentes do cotidiano de escolas públicas da cidade de Campina Grande-PB, focalizando questões de gênero, em forma de relatos de experiências de observações realizadas em diferentes níveis da Educação Básica. Para tanto, elencou-se para essa pesquisa os objetivos apresentados a seguir: refletir sobre a constituição das relações de gênero no cotidiano escolar; examinar a mediação dos professores no tocante às questões de gênero na escola e comparar a configuração dessas relações na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino Médio. Diante disso, chegamos à conclusão de que a instituição escolar contribuir com a disseminação de estereótipos que marcam as identidades dos sujeitos, delegando atividades e papéis a serem assumidos por homens e mulheres. Assim, as relações de gênero, ainda, se constituem de forma extremamente dicotômica no cotidiano escolar.