Com a entrada dos alunos com deficiência na escola regular, os docentes são solicitados a desenvolver sua prática diante de um contexto novo, permeado cada vez mais por zonas pantanosas e indeterminadas (SCHÖN, 2000) e, com isso, surgem as alegações de que não estão preparados para o trabalho na escola inclusiva (CARVALHO, 2007). Discutindo esses posicionamentos dos professores, Skliar (2003, 2008) ressalta que mais importante do que estar preparado é estar disponível e ser responsável pela educação de todos os alunos. Desse modo, alinhando-nos aos pressupostos do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART 1999; 2006; 2008) e das Ciências do Trabalho (CLOT, 2007; 2010), buscamos investigar como professores de inglês interpretam suas ações diante do desafio de lecionar para alunos com deficiência visual em suas salas regulares. Os dados foram gerados em 2013, através de entrevistas de autoconfrontação com quatro professores de inglês da cidade de João Pessoa-PB. A análise evidenciou um trabalho docente permeado por conflitos, pelo fato de que os docentes não haviam recebido nenhum tipo de formação para lidar com alunos com deficiência visual, mas também sinalizou para o posicionamento de responsabilidade ética dos professores, de fazer em prol dos alunos para que todos pudessem aprender de maneira igualitária.