O Presente trabalho pretende expor as experiências e aprendizagens vividas no período de estágio realizado na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), onde pudemos acompanhar crianças que possuem Síndrome de Down em vários setores da instituição, equoterapia, fisioterapia, psicologia e principalmente na escolaridade, este último tem um papel de grande relevância para o desenvolvimento cognitivo dessas crianças, uma vez que a fase em que se encontram é considerada pelos profissionais que ali atuam como um ponto imprescindível para o seu desenvolvimento. Sendo sabido que toda estrutura que é voltada para a educação visa promover o desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento do ser humano, a APAE trabalha na busca de alcançar este objetivo, a inclusão através da educação. Para retificar isso podemos utilizar a teoria interacionista de Vygotsky e de Piaget, o primeiro afirma ser a aprendizagem uma experiência social, na qual ele nos diz que, o desenvolvimento cognitivo de um aluno se dá por meio da interação social, isto é, de sua interação com outros indivíduos e com o meio, esta interação permite que surjam novos conhecimentos e experiências. Partindo desta visão podemos afirmar que na APAE este processo foi vivenciado de forma significativa, pois observamos que os alunos ficavam mais participativos durante os momentos em que as atividades eram compartilhadas o que retirava deles a sensação de obrigatoriedade e os deixavam mais livres para se expressar. Dialogando ainda com Vygotsky podemos afirmar que a psicologia se insere neste processo educativo dentro da APAE dando apoio psicológico na forma de mediador, que vai trabalhar com a equipe de profissionais e os usuários, técnicas e meios de promover uma troca que vai permitir a inserção de todos num processo maior que vem a ser a aquisição de conhecimentos de forma mútua, onde todos aprendem e ensinam, criando assim um estado de colaboração para que o desenvolvimento desses alunos seja constante e não venha a estagnar no tempo e no espaço. Lendo o segundo vemos que ele nos trás relevante ajuda para pensar o processo educativo, Piaget, nos fala que o desenvolvimento cognitivo, que é a base da aprendizagem, se dá por meio da assimilação e acomodação, onde o aluno vai vir a adquirir novos conhecimentos e passará por um processo de aprendizagem, que pode ser criado por meio do novo. No caso da APAE a criação de estratégias que possibilitem ao aluno pensar sobre ou fazer algo, consequentemente os fará assimilar ideias diferentes e assim criar esquemas mentais ou acomodações que lhes tragam novo saber e aprendizagem, aqui a psicologia entra como uma facilitadora atuando de maneira conjunta com os demais profissionais na busca por alternativas que tornem viável a realização do desenvolvimento do aluno em função da aprendizagem e do saber. É importante salientar que, crianças que possuem essa alteração cromossômica (Síndrome de Down), possuem dificuldades nos níveis de aprendizagem, porém, precisamos acrescentar ainda, que todo o desenvolvimento e progresso no sentindo do desenvolvimento da criança, dependerá muito mais dos estímulos, atividades e interações sociais que o meio onde a criança vive, pode oferecer. Portanto, não podemos limitar as dificuldades que possuem essas crianças, resumindo-as apenas a Síndrome, mas devemos perceber como essa criança é estimulada cognitivamente para aprendizagem. A inteligência não é algo inato ao ser humano, nascemos e o meio em que vivemos nos ajuda a aprender o que precisamos para sermos pessoas independentes, por isso consideramos que as fases do desenvolvimento cognitivo devem ser consideradas para o melhor aproveitamento da capacidade de aprendizagem que cada criança possui. Sendo assim a interdisciplinaridade, isto é, a união de saberes em função de um objetivo ou de metas em comum é fundamental para que esses alunos portadores da síndrome de Down possam construir seu processo de aprendizagem e de conhecimento dentro da instituição de forma continua e positiva. Desta forma, o trabalho desenvolvido na APAE, tem por objetivo a inclusão social destes alunos, atenuando assim desigualdades cognitivas que existe entre crianças com Síndrome de Down, e aquelas não possui a Síndrome. Portanto, a estimulação precoce (trabalho de cunho importante na APAE), é de grande valia, pois consiste em estimular cognitivamente a criança desde os primeiros meses de vida, os resultados são visíveis, principalmente na adolescência, a fala é mais desenvolta, a capacidade de raciocínio é mais rápida e a interação social é mais presente.