E-book

ISBN: 978-65-5222-008-0
V CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Tecnologias Assistivas, Ensino de Ciências e Educação Matemática Inclusiva na pauta do V CINTEDI: tecendo redes de solidariedade na sociedade pós-moderna
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Prefácio

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS, ENSINO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA INCLUSIVA NA PAUTA DO IV CINTEDI: TECENDO REDES DE SOLIDARIEDADE NA SOCIEDADE PÓS-MODERNA

Se existe uma solidão em que o solitário é um abandonado, existe outra onde ele é solitário porque os homens ainda não se juntaram a ele.
André Malraux 

Os momentos de interações com o mundo e com os outros não são apenas instantes que promovem o tête-à-tête com a diversidade, mas também oportunizam a comunicação, o estar juntos e, claro, a mudança interior. Neste caminho de celebrar as interações sociais, foi realizado o V Congresso Internacional de Educação Inclusiva – CINTEDI, no período de 12 a 14 de julho de 2024, em Campina Grande, Paraíba – Brasil. Pesquisadoras/es e entusiastas em descobrir a arte do saber-fazer compartilharam suas investigações e discutiram suas experiências nos salões onde foi realizado o V CINTEDI. Nestas interações brotaram diálogos, projetos, intercâmbios e, claro, fecundas produções científicas, a exemplo de quatro E-books.
Assim, dizemos que o presente E-book - o segundo de uma série de quatro - é um convite para discutir o universo das Tecnologias Assistivas e os diálogos estabelecidos entre o campo do Ensino de Ciências e da Educação Matemática Inclusiva com o processo de inclusão escolar e social das pessoas com necessidades educacionais específicas. Os textos que seguem apresentam e discutem resultados de investigações e relatos de atividades de educadores que buscam construir reflexões sobre inovações tecnológicas e práticas inclusivas na área do Ensino de Ciências e da Educação Matemática Inclusiva. 
Os três primeiros textos relatam o vasto universo das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, enfatizando a importância do ato do brincar no desenvolvimento da motricidade fina, alfabetização cartográfica e a utilização de recursos iconográficos no processo de ensino-aprendizagem de crianças com o Transtorno do Espectro Autista – TEA, respectivamente. Utilizar a linguagem visual inserindo imagens para retratar diferentes emoções é, sem dúvida, uma das práticas inclusivas que podem favorecer o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo de pessoas com TEA e aquelas com dificuldade ou transtorno no âmbito da comunicação oral. 
Posteriormente, São apresentados textos que discutem, a partir do campo interdisciplinar da Tecnologia Assistiva – TA, a funcionalidade de programas na transcrição de textos matemáticos e gráficos em tinta para a escrita em braile, como recurso para acessibilidade de estudantes com cegueira ou baixa visão em aulas de Matemática na educação básica. Os recursos de TA - a exemplo dos programas Braille Fácil e Monet - são discutidos neste estudo, fazendo uma correspondência destes programas com a transcrição de textos matemáticos e gráficos em tinta para a escrita em braile. O Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 - afirma que tecnologia assistiva refere-se aos “produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social” (Brasil, 2015, on-line). 
Em seguida, apresenta-se artigo que discute a importância – por parte da escola comum – da utilização de uma abordagem pedagógica que considere não apenas os aspectos técnicos da acessibilidade, mas também os aspectos emocionais e psicológicos relacionados à experiência dos estudantes. Este estudo compreende que a ausência de uma acessibilidade digital afeta negativamente o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes com deficiência. O próximo artigo analisa os conceitos de Cultura digital e mediação pedagógica, enfatizando a utilização das TDICs no processo de ensino-aprendizagem. Essa investigação vem afirmando que, para promoção da inclusão, as escolas necessitam não apenas de recursos digitais, mas também de um planejamento e um professor que seja realmente um mediador.
Ainda no escopo do campo das TDICs, são apresentadas duas pesquisas realizadas na Sala de Recursos Multifuncionais, destacando a importância de planejar um recurso no âmbito da TA para ser utilizado nas intervenções realizadas no Atendimento Educacional Especializado – AEE. No primeiro artigo, compreende-se que a proposta do AEE em escolas comuns, em tempos de políticas de inclusão escolar, tem brotado como um dos principais caminhos para promover o acesso, permanência e o desenvolvimento de estudantes com deficiência, TEA e Altas Habilidades. Ao inserir a TA no AEE, o professor deve bem definir os recursos pedagógicos e de TA que melhor respondem à necessidade educacional específicas do estudante foco do atendimento. Assim, os recursos que serão utilizados no campo da TA devem ter uma conexão com o planejamento, o que permite uma adequação plausível na perspectiva de garantir o desenvolvimento pleno do estudante, pois cada necessidade educacional especifica que o estudante venha a apresentar demandará do professor diretrizes diferenciadas. Em consonância a esse estudo, o segundo artigo enfatiza tal discussão sobre a importância de bem definir os recursos didáticos adaptados que melhor correspondem às necessidades educacionais especificas do estudante com deficiência. 
No campo do Ensino de Ciências, apresenta-se um estudo que enfatiza as contribuições das tecnologias digitais no ensino de Química, favorecendo o processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, a inclusão escolar de estudantes com TEA.
Na área da Educação Matemática Inclusiva, o primeiro artigo traz uma investigação que apresenta as atividades de Ensino de Matemática realizadas para empoderar e incluir mulheres em situação de vulnerabilidade social. Este estudo foi realizado no estado do Rio Grande do Norte, nordeste do Brasil. Nas linhas deste artigo, os conteúdos matemáticos de fração, soma, subtração e múltiplos estão inseridos em receitas culinárias. Como diz Freire (1996, p. 21) “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Ainda no desígnio da Educação Matemática Inclusiva, a próxima pesquisa versa sobre a importância da Didática da Matemática na prática docente no contexto da educação inclusiva, explorando um debate acerca da Teoria das Situações Didáticas no processo adaptativo face ao estudante com necessidades educacionais específicas. 
Portanto, prezado/a leitor/a, esperamos que o presente E-book contribua significativamente com suas investigações e seja uma inspiração de novos caminhos. 

Aguardamos você no nosso VI CINTEDI. 


Prof. Dr. Eduardo Gomes Onofre - Universidade Estadual da Paraíba - UEPB

Profa. Dra. Margareth Maria de Melo - Universidade Estadual da Paraíba - UEPB

Profa. Dra. Sandra Meza - Universidade do Chile

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, ano 152, n. 127, p. 2-11, 7 jul. 2015. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm  Acessado em 28 de julho de 2024.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessidades à prática educativa, 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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