A Etnomatemática é uma área de estudo que valoriza os saberes e fazeres matemáticos produzidos e praticados por diferentes grupos culturais. A forma como se aprende a fazer matemática está relacionada ao contexto cultural especifico de cada grupo e lugar ao qual estão inseridos. Isso nos leva a inferir que estes saberes adquiridos na vivência cotidiana devem ser trabalhados na escola para que se possa perceber outros meios de praticar a matemática. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo refletir sobre os saberes matemáticos presentes em atividades do campo na perspectiva da Etnomatemática. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa configura-se como qualitativa de cunho bibliográfico, onde dialogamos com os trabalhos de Ubiratan D’Ambrósio abordando a conceituação do programa Etnomatemática e trabalhos que versam sobre os saberes matemáticos presentes nas atividades do campo. Evidenciamos na bibliografia analisada que, apesar da riqueza de saberes matemáticos relacionados ao campo, principalmente, os presentes nas atividades da agricultura, a maioria dos estudantes da zona rural não conseguem estabelecer uma ligação com o que se estuda na escola e o que pratica no dia a dia. Sendo assim, apontamos que o olhar reflexivo do professor para as diversas matemáticas existentes, seria uma maneira de estreitar essa relação e, assim, proporcionar momentos interdisciplinares que relacionem a matemática escolar com a matemática cotidiana.