Este artigo propõe investigar como os livros de Língua Portuguesa de Ensino Médio apresentam a história do cearense Antônio Vicente Mendes Maciel (1830-1897), mais conhecido como Antônio Conselheiro, líder religioso da cidade de Belo Monte, no Arraial de Canudos, no final do século XIX, local onde se deu o maior massacre de uma população sertaneja da nossa história. No entanto, a pesquisa trilha o viés literário, tendo como livro base o romance Os sertões, de Euclides da Cunha, publicado em 1902, cinco anos após o conflito, descrevendo-o em três partes: A terra, O homem e A luta. Desse modo, através da abordagem teórica da intersemiose, defendida por Roland Barthes, sustentado por uma proposta desconstrutivista, conforme os estudos de Jacques Derrida, seguidos de professores pesquisadores que discutem a questão de Canudos como símbolo de resistência e superação do povo sertanejo, temos: Lícia Soares de Souza, Manoel Neto e Aleilton Fonseca, farei uso da literatura euclidiana e de manuais didáticos de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira para buscar os traços caricaturais de um grande líder da nossa história. A desmontagem do perfil que foi criado de Conselheiro pela imprensa durante toda a Campanha de Canudos (1896-1897) apontará os seguintes resultados: a importância de conhecer a literatura como ferramenta da história e memória de um povo; a valorização da nossa história a partir do texto literário e reflexão crítica sobre o conteúdo circulado nos livros acessíveis aos estudantes da educação básica em processo de formação.