Educar para a diversidade, o respeito e o diálogo é pressuposto da Educação em Direitos Humanos: um processo permanente que precisa incorporar ferramentas, táticas e linguagens para despertar atenção, convidar ao debate e sensibilizar a sociedade para reflexões relevantes que produzam transformação. Por sua penetração no cotidiano e na cultura, em dimensões paralelas e complementares à da escolarização, o cinema desempenha hoje uma importante função político-pedagógica, tanto dentro quanto fora das salas de aula, contribuindo nos processos de formação de identidades, valores e práticas sociais. Sua polissemia linguística possibilita novas formas de aproximação para com problemas de grande interesse socioeducativo, abrindo outras possibilidades e estratégias de discussão acerca das transformações sociais e da importância da participação cidadã no desenvolvimento da democracia. Filmes podem conduzir discussões profundas e levar ao desenvolvimento das noções de empatia e solidariedade e incentivar o respeito à diversidade. Esse poder de sensibilização é capaz de fomentar reflexões sobre problemas cotidianos e as lutas históricas das várias minorias sociais, despertando para a convivência democrática e participação cidadã. Enquanto meio pedagógico, filmes conduzem a experiências reflexivas de mediação e apreensão sobre os mais variados assuntos, de maneira ética e criativa, permitindo um questionamento sobre o cotidiano e uma aproximação afirmativa com as diferenças, aprendendo com elas, especialmente quando nos referirmos a filmes que abordam o racismo, desafiam a homofobia ou veiculam representações provocativas sobre a guerra, violência, sexismo ou pobreza. O presente artigo realiza uma análise do cinema, enquanto forma de arte que utiliza representações sociais para transportar o público para outros tempos, lugares e realidades, fazendo da empatia um pressuposto da interação entre narrativa e espectador. Para entender seu potencial, enquanto meio pedagógico, capaz de suscitar reflexões acerca dos Direitos Humanos, recorre às ideias de Paulo Freire, John Dewey, Henry Giroux, Rosália Duarte, entre outros autores.