A colonização deixou marcas na cultura latino-americana, sobretudo, na forma como o conhecimento é produzido, incluindo-se a Geografia Escolar. Já a educação pode ser uma maneira de superação da visão eurocêntrica da ciência, a partir da perspectiva decolonial. Para isso é necessário analisar o conhecimento e (re)produzi-lo a partir de uma visão não submissa ao pensamento colonial. Portanto, baseando-se nesta visão da educação como processo de libertação, este trabalho foi desenvolvido a partir da busca bibliográfica por produções já realizadas na perspectiva decolonial do ensino de Geografia, a fim de refletir possíveis maneiras da adoção do pensamento decolonial na referida disciplina, permitindo uma formação crítica e o fortalecimento do papel da Geografia como ciência capaz de analisar o espaço geográfico e criticá-lo a partir de como se dão as suas relações. É possível trabalhar a Geografia adotando uma nova concepção do mundo que supere os preconceitos impostos na história que conhecemos, que (re)conte a história a partir do lado oprimido, (re)construindo um saber que nasceu com nossos ancestrais e foi esquecido pela colonização e pela colonialidade. Ademais, identificou-se que a Geografia pode assumir o papel de instrumento no processo de de(s)colonização do saber, uma vez que a mesma possibilita ver o mundo a partir de seus saberes, e pode permitir a construção de um novo saber que considere as diferentes raças, culturas, vozes, identidades, reconhecendo a pluralidade do mundo.