A partir de março de 2020 foram necessários ajustes, mudanças bruscas e reinvenções na sociedade com foco em mantermos o isolamento social e combater a propagação do COVID-19. No âmbito educacional, como forma de garantir o direito à educação, foi instaurado o Ensino Remoto Emergencial (ERE). A primeira etapa da educação básica que incorpora as creches e pré-escolas (crianças de 0 a 5 anos) foi muito afetada, uma vez que nessa etapa de ensino a dimensão da corporeidade é uma chave para o desenvolvimento infantil saudável. Este artigo objetivou fazer uma revisão sistemática das experiências na educação infantil, em tempos de pandemia, no Brasil, considerando possibilidades e dificuldades do Ensino Remoto Emergencial. A pesquisa foi efetivada em três bases de dados Google Acadêmico, Educa da Fundação Carlos Chagas e no Scielo, tendo por base leituras exploratórias, seletivas, analíticas e interpretativas, resultando em 12 artigos que tratavam explicitamente das experiências educativas. A coleta foi realizada, no mês de maio de 2022, tendo por base artigos de periódicos brasileiros publicados nos anos de 2020-2021. Como resultados observamos que as experiências relatadas foram preponderantemente dos docentes e familiares, sendo que a agência da criança pouco vislumbrada. Os principais temas elencados sobre o ERE, na educação infantil, foram: a) os desafios do direito à educação conjugada à exclusão digital; b) as dificuldades no manejo das tecnologias; c) a mediação pedagógica familiar; d) as relações família-escola; e) as potencialidades e as problemáticas das interações sociais; f) a falta de vivências físicas; h) as novas possibilidades pedagógicas. Por fim, concluímos que as pesquisas deveriam considerar mais a voz das crianças, que a escola e seus docentes fossem melhor preparados para os desafios da educação e tecnologia, inclusive na superação da problemática quanto à desigualdade digital, que espelha diferentes contextos sociais.