A partir de pressupostos e da ideia do campo educacional enquanto um espaço de promoção da cultura e do reconhecimento da pluralidade das identidades e dos comportamentos relativos às diferenças, é que as questões de gênero e sexualidade vêm sendo incorporada recentemente como tema de debate na educação pública brasileira. Essa ação representou um marco nesse debate, já que demonstrou a relevância desse tema para a educação e reafirmou a identificação do setor educacional como um espaço importante para a formulação de questionamentos, contestações e transformações de valores sociais, morais e simbólicos estabelecidos socialmente. Outro elemento importante no debate referente à questão de gênero e expressão sexual brasileira é a ligação histórica das relações entre a o Estado Brasileiro e a Igreja Católica, que teve inicio ainda no processo colonizador e segue até os dias de hoje através da Concordata assinada em 2008 entre Brasil e Vaticano. Este vínculo levou à formação de uma moral sexual direcionada de forma vertical por esta instituição religiosa. O padrão de sexualidade brasileira se constituiu, assim, atrelado a normas religiosas, resultando em um modelo de sexualidade repleto de dogmas, tabus e preconceitos. Nesta perspectiva, o presente estudo busca analisar de que forma as questões de gênero e sexualidade são trabalhadas pelas politicas educacionais quando aliadas com a presença religiosa no campo educacional brasileiro. Para isso, foi realizada revisão bibliográfica e coleta de material empírico da rede pública de ensino do Rio de Janeiro. Constatou-se que são abordados conteúdos de cunho machista e homofóbico, desrespeitando as diferenças de gênero e a livre expressão sexual.